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Críticas

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Uma Clássica Obra de Literatura Brasileira que pode dizer o nome
Página publicada em: 21/11/2014
Silas Corrêa Leite
O melhor da narrativa feita por brasileiros é analisada em "Escritores Brasileiros do Século XX - Um Testamento Crítico", da Profª Nelly Novaes Coelho. Um livro "monumental", segundo o autor da resenha, Silas Corrêa Leite. (Esse livro ficou entre os Finalistas do Prêmio Jabuti de 2014). Saiba mais sobre o livro e sua autora na resenha que se segue.
"O livro é uma extensão da memória
da humanidade, da imaginação criadora
e da vida vivida para além da aparência”
(Jorge Luis Borges)
 
 
Nelly Novaes Coelho nasceu em São Paulo, capital, em 1922. Ensaísta, crítica literária e professora universitária, desde jovem demonstrava interesse pela literatura, apesar de seu grande desejo pessoal era ser pianista, como a tia Guiomar Novaes (1894/1979). Estudou no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, em 1942, conseguiu uma bolsa para a Itália, mas foi impedida de viajar por conta da Segunda Guerra Mundial.
 
Casada e com um filho, em 1955 matricula-se no curso de Letras da Universidade de São Paulo, que conclui quatro anos depois. Em 1961 assume a cadeira de Teoria da Literatura da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Marília, interior de São Paulo. Passa a colaborar com críticas e ensaios em periódicos brasileiros e portugueses.
 
Publica seu primeiro livro de ensaios, Tempo, solidão e morte, em 1964. No fim dos anos 1970, se interessa por literatura infantil, e cria em 1980 uma cadeira sobre o tema no curso de Letras da USP. Começa a dar aulas como professora na USP em 1981. Aposentada compulsoriamente em 1992, continua atuando como professora convidada e orientadora de projetos científicos. É autora de obras de referência como o Dicionário crítico da literatura infantil e juvenil brasileira, 1983, e do Dicionário crítico de escritoras brasileiras, 2002.
 
Perto de completar 92 anos de idade, na soma de uma vida brilhante, de uma carreira espetacular como pensadora e “sentidora” (só para citar Clarice Lispector), Nelly Novaes Coelho em  nove décadas de existência com motivação, trabalho e as próprias conquistas que marcaram a sua vida e brilhante existência, culminaram nas palavras talhadas na placa comemorativa presenteada à mestra por ocasião de uma homenagem de seus orientados, colegas e professores e acadêmicos:
 
“Comunicadora nata, deixa por onde passa traços de simpatia e de amor ao outro. Semeadora do saber transmite sólidas lições de cultura e de apreço aos estudos literários. Fez da sala de aula o espaço onde partilhou com os alunos os dons sublimes que lhe marcam o coração e o espírito”.
 
Sobre a literaturainfantojuvenil nos diz Nelly Novaes Coelho:
 
"A literatura, e em especial a infantil, tem uma tarefa fundamental a cumprir nestasociedade em transformação: a de servir como agente de formação, seja no espontâneo convívio leitor/livro, seja no diálogo leitor/texto estimulado pela escola".
 
Nelly fez estágios de estudos em Portugal e nos Estados Unidos, ministrou cursos de Cultura e Literatura Brasileira na Universidade da Califórnia/Los Angeles e na Faculdade de Letras de Lisboa. Como escritora publicou mais de uma dezena de livros sobre literatura contemporânea, teoria literária e estratégias de ensino de literatura. Em 2013 publicou sua melhor obra, Escritores Brasileiros do Século XX, pela LetraSelvagem, Taubaté-SP, da qual Tatiana Belionky afirmou:
 
“Livro fascinante, fruto de amplas e profundas pesquisas, estudos, leituras e, claro, ideias, conclusões, hipóteses e mesmo perguntas da sua ilustre autora - esta incrível Nelly Novaes Coelho. Ela, a querida e sempre admirada mestra Nelly, com as suas posturas ético-filosóficas, 'antigas', contemporâneas."
 
O novo livro de Nelly Novaes Coelho (sua melhor obra) é o resultado de meio século de leituras, estudos, docência universitária e de exercício da crítica literária. (In, Guia Folha, encarte da "Folha de S. Paulo", 29/06/2013).
 
Sobre esse clássico da literatura, o poeta Reynaldo Damazio nos diz:
 
“O subtítulo do livro de Nelly Novaes Coelho (“Um Testamento Crítico”) talvez explique o arco e o tom do livro. Os 81 escritores brasileiros do século XX elencados e comentados pela autora revelam a diversidade e abrangência de sua trajetória de crítica e estudiosa da literatura. No lugar do corte seletivo, vertical, o livro ressalta um sentido historicamente inclusivo, buscando dar conta do cenário mais amplo possível e que, por outro lado, revela o gosto da pesquisadora, suas escolhas como leitora ao longo de meio século de atividades acadêmicas, no Brasil e no exterior. Ao lado de autores canônicos, como Mário de Andrade, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Murilo Rubião e Érico Veríssimo, estão nomes menos lembrados, injustamente, como Campos de Carvalho, Agrippino de Paula e Samuel Rawet."
 
A professora, mestra, doutora, pesquisadora, literata, escritora, livre pensadora, sentidora, teórica lítero-cultural, Nelly Novaes Coelho poderia ser chamada de “Iluminada”, tal a corrente de sua vida, as vertentes de seus trabalhos, pesquisas, leituras, estudos, e mesmo sua visão do mundo, a excepcional noção da arte literária como um todo, uma verdadeira iluminadora de cenários lítero-poéticos; uma inventariante de incêndios íntimos, uma graciosa alma aberta nesse mundo louco de tantas obras loucas que nos mantém vivos, na alegria e na lucidez, na agonia e na arte como libertação, nas releituras e nas vidas-livros-obras que somos todos nós, e em que ela é grande, digna, iluminada, portanto.
 
Sobre Teoria, análise e didática (Moderna Editora, 2002), da autora, a sinopse do livro (in Livraria Cultura) nos diz:
 
"'Literatura Infantil' inscreve-se na linha de pensamentos que, em à crescente complexidade e desumanização do mundo atual, busca novas soluções para a reintegração harmoniosa eu-mundo, que se faz urgente. Daí pelo começo - pela criança, pelo seu imaginário e sua possível descoberta da vida real, através do ouvir, ler, contar ou inventar histórias... como tem acontecido desde as origens do tempo”.
 
Escritores Brasileiros do Século XX, Um Testamento Crítico (LetraSelvagem) é uma obra consagradora com 976 páginas, e Nelly Novaes Coelho escreve ensaios críticos sobre 81 nomes importantes da fauna brilhante da literatura brasileira como um todo, com uma maestria que lhe é peculiar, ela mesmo assim uma vida-livro que aqui dá-nos o prazer da leitura de tanta sapiência, do deleite do melhor do gênero, nesse seu trabalho que ainda mais a clarifica e nos orgulha de tê-la como uma personalidade fora de série e uma brilhante intelectual de alto nível.
 
Escritores Brasileiros do Século XX não é para se ler de uma só pegada, humanamente nem seria possível, de uma só viagem, de um só mergulho, ou mesmo de uma só leitura, muito menos ler e parar, porque você vai lendo e já guardando expectativas de apreendências para futuras novas leituras, pesquisas, saboreando todo um trabalho de peso, certamente um clássico da literatura brasileira, expondo a arquiteta do livro em sua fulgurante obra prima, alma e trabalho de décadas... Se você já leu o escritor arrolado, você vai vê-lo sob uma diferenciada ótica critica, sabê-lo e pensá-lo melhor, com clarificações de linguagem otimamente bem elaborada, por quem é do ramo e tem talento para isso. Se você circunstancialmente não teve o prazer de conhecê-lo, por um motivo e outro, fica tendo um apanhado do quilate do mesmo, sondando assim a possível emergencial oportunidade de adquirir o livro do escritor arrolado, escolhido.
 
De nomes de peso historial como os baluartes de nossa literatura brasileira, como Câmara Cascudo, Erico Verissimo, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Jorge Amado, Monteiro Lobato, Oswald de Andrade e Mário de Andrade, passando por alguns nomes aqui e ali pouco reconhecidos mas de real valor, recuperando alguns literatos por uma força ou outra despaginados da história, citando de consagrados a autores novos, ou emergentes de um tempo a esta parte, passando ainda por Ariano Suassuna, Autran Dourado, Campos de Carvalho, Fernando Sabino, Hernani Donato, José J. Veiga, José Mauro de Vasconcelos, Malba Tahan, Moacyr Scliar, NicodemosSena, Oswaldo França Junior, Raduan Nassar e outros.
 
E já nas primeiras páginas do belo volume belissimamente bem editado a autora enuncia: “Toda opção é difícil. Não se confunda a escolha com o que tem a verconosco”(Álvaro Guerra”). Se “a crítica não é uma homenagem do passado, ou à verdade do outro, ela é a construção do ininteligível de nosso tempo”, disse Roland Barthes que a autora muito oportunamente também cita.
 
Interrogando seu tempo, particularidades e peculiaridades narrativas e de enfoque, datando suas leituras, nominando seus pensares profundos a respeito e sobre, dando uma nova ótica nessa dimensão de criação, arte e relicário de criações, desde os mitos da literatura (imaginação, fantasia), Noelly Novaes Coelho responde a José Saramago: “É impossível viver fora da cultura e continuar pertencendo à Humanidade”.
 
Com resenhas criticas sobre determinados livros preciosos, e com importantes dados bibliográficos do ator enunciado, Nelly Novaes Coelho vai erguendo um mosaico de obras dos século XX, dando-nos um tabuleiro dessa fase, mais vertentes, estilos, estágios e sínteses. É uma obra que vale para escritores, pesquisadores, historiadores, professores, acadêmicos, críticos, dando-nos qualitativas teorias, eloquentes enfoques e belos prismas que nos ensinam e fortalecem aprendizados salutares do oficio de escrever. Um livro que é uma verdadeira aula magna de critica literária, de como sondar, por assim dizer, pelo estilo, pela técnica, pelo enredo/desenredo, desdizer, tácito ou metalinguagem que seja, a alma criadora do resenhado a partir de sua narrativa, construção, dos personagens, vernizes literários, luzes e cruzes.
 
Portanto, um livro-aprendizado, mapa aberto sobre todas as línguas, falas, técnicas e construções. Sim, camaradas, um portentoso livro que pode dizer o nome: ESCRITORES BRASILEIROS DO SÉCULOXX, eis Nelly Novaes Coelho no auge desua brilhante magnitude criativa, ela mesma, testamento de sua época, de seu tempo, de sua capacidade intelectual, pensadora, sentidora, criadora, assim e por isso mesmo, ilustradora de campos, letras, searas, canteiros, linguagens e finais felizes. Bravo!
 
______________
*Silas Correa Leite é professor, jornalista comunitário, escritor membro da União Brasileira de Escritores, autor de GOTO, o reino do barqueiro noturno do Rio Itararé (romance)

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» António Cabrita

António Cabrita ainda é uma novidade para o público brasileiro, mas não para a crítica do Brasil, que acompanha os passos desse importante e irrequieto escritor português. Adelto Gonçalves, doutor em Literatura Portuguesa pela USP-Universidade de São Paulo, afirmou: “Este português de Almada (1959) foi para Maputo (Moçambique) há poucos anos, numa época em que raros lusos se dispõem a ir para a África e os que de lá retornaram choram até hoje o ‘império colonial derramado’. Não se arrependeu, pois encontrou material, o chamado ‘tecido da vida’, para escrever novas e surpreendentes histórias como estas que o leitor brasileiro tem a oportunidade de conhecer”. E Maurício Melo Júnior, que é escritor, crítico e apresentador do programa Leituras da TV Senado, escreveu a respeito do romance "A Maldição de Ondina", que marca a estreia de António Cabrita no Brasil: “António Cabrita traz a capacidade de domar o espírito aventureiro e conservador de Portugal. E isso é o cerne de nossa alma universal”.

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