O mineiro de Esmeraldas, em linguagem acessível, focaliza a Amazônia em sua grandeza não apenas territorial, pois também em sua evolução história.
(Texto publicado originalmente no jornal "Hoje em Dia", Belo Horizonte, 17/11/2012)
Um dos grandes críticos literários do Brasil, membro das academias Mineira e Paulista de Letras, recebeu, em 19 do outubro, em ato promovido pelo Lions Clube de São Paulo, a homenagem de Educador do Ano. Na noite do dia anterior, na AML, ele lançou para Belo Horizonte o seu Peregrinações Amazônicas – História, Mitologia, Literatura. Ali, ele focaliza lendas e memórias da Amazônia e apresenta estudo crítico sobre a fase amazônica de Euclides da Cunha e escritores da região.
Na recepção no auditório da Academia, o editor, também escritor de alto conceito, entregava os volumes aos interessados. Falo de Nicodemos Sena, autor de excelente ficção ambientada na grande e fascinante região do país, fundador e diretor da nova publicadora de São Paulo – LetraSelvagem, que valoriza o escritor brasileiro, sobretudo os devotados à nossa temática.
Em verdade se há indicar as “Peregrinações” ao leitor do país, que ouve apenas falar das coisas, mas não se aprofunda em conhecimento. Bons autores estão produzindo trabalhados interessantes, para que o homem deste país seja percebido em sua multiplicidade, em sua diversidade. O livro de Fábio é uma valiosa contribuição nesse processo de aprendizado.
O mineiro de Esmeraldas, em linguagem acessível, focaliza a Amazônia em sua grandeza não apenas territorial, pois também em sua evolução histórica.
Alguns aspectos desse trabalho chamam a atenção. Um deles se refere à cobiça internacional, “à sanha exploratória do homem, desenvolvida por agentes estrangeiros e nacionais. As guianas, de ocupações inglesas, francesas e holandesas, dizem respeito a velho projeto europeu de colonização. Com os olhos voltados para as diversificadas riquezas da Amazônia.
E mais: “O Império brasileiro teve que haver-se com insidiosa propaganda estadunidense a respeito daquela região. E a República, através de sua diplomacia, foi obrigada a submeter-se a arbitragem internacional danosa aos interesses brasileiros, no caso dos limites com a Guiana Inglesa. O governo republicano apelou para a competência e dedicação do então diplomata Joaquim Nabuco, político monarquista posto fora do poder, a fim de sustentar os limites propostos pelo Brasil, embora tenha sido frustrado graças ao tendencioso arbítrio do rei da Itália, Vitor Manoel III”.
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*Manoel Hygino dos Santos é escritor e membro da Academia Mineira de Letras
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